Univ. Coimbra_ Como é o caso do canelão e da pastada?

— Práticas recorrentes no início do ano lectivo no século XIX e na primeira metade do século XX - foram abandonados. “Era violência pura. Os doutores punham-se em duas filas e davam pontapés nas canelas ou batiam com a pasta académica nas costas e cabeça dos caloiros enquanto eles iam passando”, referiu, sublinhando que, ao longo do tempo, a academia foi-se adaptando e abandonando “práticas que não se coadunavam com a evolução da sociedade”.

João Luís Jesus sublinhou que têm havido algumas revisões, mas que a maioria tem como objectivo “não mudar as regras, mas esclarecê-las”. Um dos exemplos que dá passa pelas limitações sobre os caloiros, tendo-se tornado claro no código da praxe que o estudante de 1.º ano “não pode ser sujeito a praxe durante o horário lectivo”, apesar de o princípio já estar “subjacente” no documento, antes dessa revisão.

De acordo com o dux da Universidade de Coimbra, os erros mais comuns estão relacionados com “os deveres e limites que cada hierarquia tem”. “Todas as hierarquias têm direitos e deveres e limitações. Até o dux tem limitações”, notou, recordando que o membro do Conselho de Veteranos “não pode estar à meia-noite na ponte de Santa Clara”.

"A praxe não está cima de nada. Se as pessoas não se estão a divertir, alguma coisa está a correr mal na praxe", salientou João Luís Jesus, lembrando que, segundo o código da praxe de Coimbra, é proibido qualquer acto “contra a dignidade” dos estudantes.

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