Quem foi (realmente) Vasco da Gama?

Em “Índias”, Vasco da Gama é descrito como “um homem ambicioso, que não olhava a meios para atingir os seus fins. Era grosseiro, rude, violento. Filho ilegítimo de baixa nobreza, tinha um problema de inferioridade e por isso queria a todo o custo atingir fortuna e estatuto social - que conseguiu graças à cumplicidade com o Rei D. Manuel I, que lhe deu fortuna e títulos”. Foi a primeira vez em Portugal que alguém foi nomeado Conde sem ter sangue nobre, afiança João Morgado

Era odiado por muitos – Igreja, nobreza, Ordem da Cruz de Cristo… -, mas foi, contudo, endeusado por Luís de Camões n’ “Os Lusíadas” e

Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral, os dois grandes descobridores que marcaram a História de Portugal, eram arquirrivais. Vasco da Gama era “filho ilegítimo e nobre de segunda linha”. Enquanto Cabral era “um homem instruído na corte, um humanista”, Gama não tinha estudos, e destacou-se “a combater piratas no Atlântico e a transportar piratas e degredados”. Álvares Cabral era “um homem muito alto e forte, carismático”, Vasco da Gama “era tido como violento, temido pelos seus homens, e não querido”. Cabral era “militar e cavaleiro da Ordem Militar e Religiosa da Cruz de Cristo”, que financiou a expedição de 1500 ao Brasil, enquanto Vasco da Gama era da Ordem de Santiago. Finalmente, Cabral “era um homem religioso”, e Vasco da Gama “desregrado de costumes e mal visto pela Igreja, que tinha influência enorme junto do Rei”. Quase tudo os distinguia.

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