O reintegracionismo e o “povo” (Carlos C. Varela)

Segundo o discurso hegemónico sobre a língua, sempre oscilante entre o populismo e o miserabilismo, o galego escrito com ortografia reintegracionista seria rejeitada polo “povo” (1), que o julgaria estrangeirizante e alheio. A tese, mesmo assumida por filoreintegracionistas, já foi devidamente questionada por sociolinguistas como Celso Álvarez Cáccamo ou Mário Herrero Valero, quem chegou a aventurar que, caso de oficializar-se uma normativa reintegracionista, “poderia haver surpresas”, adiantando “ainda que a maior oposição viria precisamente não tanto da população em geral, mas precisamente dos setores maioritários do nacionalismo que, ainda afirmando a unidade linguística, parecem preferir um padrão mais próximo do castelhano por motivos não tanto pedagógicos ou populistas como ideológicos” (2). Justamente isto é o que vem verificando uma já longa tradição de ativismo reintegracionista –ou, melhor dito, de ativismo social de expressão reintegracionista- na Galiza rural.

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