É tempo de Festival Míscaros na aldeia de Alcaide, no Fundão (Cova da Beira. Castelo Branco)

Os apanhadores não têm licenças, vêm estrangeiros escavar a floresta com máquinas agrícolas e destruir os micélios dos terrenos, e levam cogumelos portugueses que são depois vendidos ao dobro ou ao triplo do preço em Espanha, França ou Itália - países onde a tradição de comer cogumelos leva décadas de avanço. José Matos arrisca mesmo que apenas 10% da produção nacional de cogumelos é consumida dentro de portas… o que significa uma lamentável perda económica e cultural.

Amanita Caesarea. Um cogumelo raro que no tempo dos Romanos se servia aos Césares. É o único cogumelo que se deve comer cru, em saladas ou carpaccios

José Matos, ex-comissário da TAP, mudou-se para o Fundão há 13 anos. Comprou uma quinta centenária - a Quinta do Vale d’ Encantos -, que estava abandonada há muito, onde os cogumelos encontraram terreno próspero para se multiplicar. Hoje, são mais de 150 as espécies que José reconhece no seu terreno – e que aqui descobriu. Parecem muitas, mas se pensarmos que só a serra da Gardunha tem “400 espécies de cogumelos diferentes”… Ele, que apanha “muitos quilos por dia” e os vende a portugueses e estrangeiros, conhece bem os perigos que a floresta vive no momento em que “as hordas de apanhadores” a invadem, de setembro a novembro.

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