A Europa a abrir a boca de espanto com a música portuguesa

Não vale a pena romantizar. Portugal é uma realidade comercial pequena. O mercado é exíguo. Para um músico poder viver apenas da música ou tem de ter grande abrangência, muitas vezes acabando por condescender com a sua arte, ou então desdobrar-se por diversos mercados, por mínimos que sejam. Não é apenas uma questão de qualidade ou de persistência. É de contexto. Mas mesmo que assim não fosse procurar novos espaços de exposição, mais do que imperativo, é a condição natural dos dias de hoje. Já não é uma questão de se ser competitivo, mas de criar o mínimo de condições possíveis para sustentar um percurso.

Daí que o facto de Portugal ter sido o país em destaque no último Eurosonic, a feira que é conferência e também festival, uma das montras mais credíveis que os profissionais da música na Europa têm à sua disposição, tenha sido tão relevante. O evento que aconteceu de 11 a 14 de Janeiro, em Gronigen, Holanda, recebeu 23 grupos e artistas portugueses e quase 100 profissionais, entre promotores, agentes, managers, produtores ou editores.
Ed Rocha Gonçalves dos Best Youth sintetiza o sentimento geral acerca de como é percepcionada a música portuguesa na actualidade. “A pergunta que invariavelmente nos fizeram em todas as entrevistas que demos foi: mas porque é que só agora estamos a conhecer esta música? Ou seja, porque é que só agora estamos a constatar que existe tão boa música em Portugal para lá do fado?”

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